A pesquisa tem como objetivo geral caracterizar métodos, desafios e resultados de ações coletivas no âmbito do PAIF
Estratégias de intervenção coletivas são fundamentais aspectos da intervenção no Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família. A presente pesquisa tem o objetivo de caracterizar as intervenções grupais no contexto da Proteção Social Básica. O método consiste em uma coleta de dados qualitativos, com delineamento de levantamento com psicólogos e assistentes sociais amostrados por conveniência, a partir da rede de contatos do pesquisador ou por indicação de outros participantes de pesquisa (bola de neve). O instrumento de coleta de dados será um formulário online, disponibilizado para resposta de forma anônima. O procedimento de análise de dados consistirá na consistirá na transcrição dos dados para posterior sumarização e síntese por meio de categorias definidas a priori (características metodológicos da intervenção, desafios da intervenção e resultados da intervenção.
O trabalho social com famílias no âmbito da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) desempenha um papel crucial na promoção do bem-estar e na mitigação de desigualdades sociais (BRASIL, 2012; OLIVEIRA E JOSÉ FILHO, 2009; TEIXEIRA, 2010). Dentro desse contexto, os grupos e oficinas voltados para o fortalecimento das famílias têm se consolidado como uma estratégia eficaz para atingir os objetivos das políticas de proteção social (MAIA, 2017; SICARI, OLIVEIRA E PEREIRA, 2015). Essa abordagem coletiva oferece um espaço propício para a troca de experiências, o aprendizado e o desenvolvimento de habilidades que são fundamentais para a construção de redes de apoio e para a resolução de conflitos e desafios cotidianos (AFONSO E FADUL, 2015).
Dentre os aspectos positivos da atuação a partir da coletividade destaca-se que o trabalho com os grupos e oficinas representam uma metodologia inclusiva que potencializa a interação entre os participantes, permitindo-lhes compartilhar suas vivências e estratégias de enfrentamento de maneira colaborativa (ROMANO, 2009). Ao promover um ambiente de aprendizado coletivo, essas iniciativas não apenas fortalecem as relações familiares, mas também contribuem para o fortalecimento da comunidade como um todo. A dinâmica grupal permite que os participantes se vejam refletidos nas experiências dos outros, promovendo empatia e solidariedade, e criando um espaço de suporte mútuo.
Além disso, as oficinas no âmbito da Assistência Social têm se mostrado eficazes em abordar questões específicas enfrentadas pelas famílias, como a economia solidária (QUEIROZ et al., 2013), a educação dos filhos (SAVEGNAGO E ARPINI, 2018), e fortalecimento de vínculos (MAIA, 2017). Elas oferecem ferramentas práticas e conhecimentos que ajudam as famílias a lidar com os desafios do cotidiano e a se adaptarem às mudanças sociais e econômicas face a contextos de vulnerabilidade e risco social – expressões da questão social. Nesse sentido, a intervenção grupal facilita a identificação de soluções e a implementação de estratégias que podem ser adaptadas e aplicadas em diferentes contextos familiares.
Face ao exposto, este projeto de pesquisa visa, caracterizar qualitativamente as experiências dos psicólogos e assistentes sociais envolvidos na implementação do PAIF, buscamos identificar as práticas grupais propostas e os principais desafios, contribuindo para o aprimoramento das estratégias de intervenção e, consequentemente, para o fortalecimento do trabalho social com famílias no âmbito do Sistema Único de Assistência Social do SUAS.
OBJETIVO PRIMÁRIO
OBJETIVO SECUNDÁRIO
A pesquisa é caracterizada por um objetivo descritivo, com abordagem qualitativa de dados e com delineamento de levantamento (GIL, 2009). Os participantes de pesquisa serão trabalhadores de CRAS de nível superior (assistentes sociais e psicólogos) que trabalham no PAIF e que estiveram envolvidos em processos de planejamento, implementação de avaliação de intervenções coletivas (acolhida coletiva, oficinas com famílias ou ações comunitárias). O recrutamento de participantes será por meio da rede de contato do pesquisador, o qual divulgará o convite à pesquisa por meio de suas redes sociais. Os participantes interessados terão acesso ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento (TCLE) com as informações acerca de riscos e benefícios da pesquisa. Após lerem o TCLE e caso registrarem o aceite, terão acesso ao instrumento de coleta de dados. O instrumento de coleta de dados será um questionário com itens de identificação sociodemográfica, itens referentes a caracterização das intervenções já realizadas, itens referentes a avaliação dos resultados. No instrumento também haverão itens que facultarão a indicação de outros participantes de pesquisa para posterior contato pelo pesquisador (método bola de neve). O procedimento de análise de dados consistirá na transcrição dos dados para posterior sumarização e síntese por meio de categorias definidas a priori (características metodológicos da intervenção, desafios da intervenção e resultados da intervenção) e possivelmente outras categorias a posteriori, conforme observada necessidade a partir dos dados.